Achados inéditos ajudam a entender melhor como funciona a mente dos portadores do transtorno e mostram também uma estratégia para preveni-lo.
Dificuldade na socialização, no desenvolvimento da fala e comportamentos muito específicos. As manifestações mais clássicas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) já são bem conhecidas, o principal desafio da ciência agora é entender porque elas ocorrem e como flagrar cedo as alterações no cérebro do autista.
“Identificar testes de imagem e padrões que ajudem no diagnóstico e em distinguir subtipos do autismo é essencial para que possamos tratar cada caso de maneira mais individual e efetiva”, aponta Mirian Revers, psiquiatra do Programa do Transtorno do Espectro Autista do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, de São de Paulo.
Por isso mesmo, não param de sair novos trabalhos sobre o assunto. Em setembro, três deles ganharam destaque. Confira:
Origem do autismo aos seis meses de vida
Foi em bebês dessa idade que cientistas da Universidade McGill, no Canadá, identificaram mudanças relacionadas ao autismo nas áreas do cérebro responsáveis pelos estímulos sensoriais, como audição, visão e até a percepção do toque.
Foram 260 ressonâncias magnéticas avaliadas e, depois, comparadas com os exames de crianças de 2 anos de idade – autistas ou não. E as mudanças cerebrais dos bebês correspondiam às encontradas nos mais velhos que tinham sintomas mais graves do transtorno.
“Isso é muito interessante, porque aponta que a diferença está nos inputs sensoriais, que vem antes da cognição em si. Ou seja, o comportamento do autista que nós observamos é só uma consequência de uma percepção já alterada. Ele responde ao mundo de maneira diferente”, comenta Mirian.
Fonte: https://bebe.abril.com.br/saude/novas-pesquisas-avaliam-impacto-do-autismo-no-cerebro/